sexta-feira, 16 de abril de 2010

O show dos esportes


Eu sempre fui fascinado pelo mundo dos esportes.
Sempre fui um grande admirador dos atletas, não só dentro das quadras - com piso de alta tecnologia, campos de grama que mais parecem tapetes, ringues e octógonos sangrentos - independente do palco, eu sempre vi os esportes como um verdadeiro show. E sempre me fiz a seguinte pergunta: “como é ser um atleta profissional”?

Por mais que eles sejam bem pagos, eles não estão ali só por si mesmos. Claro que pra eles, aquilo é uma diversão, pois eles fazem o que gostam, contra adversários que também fazem o que gostam. Tinha tudo pra ser mais uma divertida brincadeira de criança...mas não é. Pois no peito, eles carregam um escudo. Mesmo que este escudo não seja de seu país, ainda assim é um escudo que tem algum significado. Acho muito interessante que, nos Estados Unidos, o nome do time, seja de que esporte for, é ligado ao nome da cidade sede do time. “Boston Celtics”, “Detroit Red Wings”, “New York Yankees”, “Indianapolis Colts”. Isso significa que, se os Celtics forem jogar fora de casa, eles estão levando, além do escudo do time, além de toda a história e tradição do clube, os sentimentos de milhares de fãs de sua cidade, que amam e dão todo o apoio ao clube, e não existe nada mais fantástico do que essa representação.

Ser atleta é representar os sentimentos de todos aqueles que amam o clube, e que por conseqüência, amam você. E não é só nos Estados Unidos que há este tipo de representação. Vemos muito disso aqui no Brasil e em outros países do mundo com o futebol também, e em todos os outros esportes.

E um atleta não representa a sua equipe, a sua torcida, apenas quando está disputando. Acho muito bonito ver a atitude da maioria dos atletas profissionais que ajudam o próximo, muitos lembrando de o quanto foi difícil e o quanto eles sofreram antes de virarem super-astros. Eu fico realmente admirado com a habilidade que os atletas mostram, e fico imaginando sempre comigo “como ele consegue dar um chute desses”, ou “que velocidade, como ele conseguiu se esquivar de um golpe perfeito desses”, ou ainda “como é que ele consegue rebater bolas tão velozes, será um cavaleiro Jedi?” É por isso que sempre dei muito valor a esses verdadeiros gênios, pessoas de uma inteligência tremenda e que são os melhores naquilo que elas fazem.

Fico indignado quando chamam um atleta de “burro” por ele não saber direito as regras gramaticais, não ter um conhecimento muito amplo de história ou geografia, não saber realizar operações matemáticas complexas com limites ou derivadas, ou até não saber responder direito a uma entrevista. Dizer que um atleta é burro, pra mim é o mesmo que dizer a um escritor que ele é burro por que ele não sabe fazer uma rotação ou translação de eixos coordenados, ou ainda dizer a um matemático que ele é burro por que não sabe que um acorde de Dó Maior com Sétima serve de preparação pra um Fá, que é a sua “quarta”. É de uma ignorância sem fim atribuir a estes fatos a falta de capacidade intelectual. Basta analisarmos o seguinte: Quantas vezes ele já teve o lápis e o papel na mão? Ou ainda, quantas vezes ele teve livros de qualidade pra ler? Por outro lado, eu já tive a bola nos pés muitas vezes, e não consegui chutar. Já tive a bola laranja nas mãos, e não consegui arremessar. Já tive luvas vermelhas nas mãos, e não consegui bater. Já vesti kimono, e não consegui lutar. Já estive nas piscinas, e não consegui nadar.

Pra quem ainda acha os atletas “burros”, responda a seguinte pergunta: “Quem sou eu naquilo que eu faço”? Falando por mim, eu sou apenas mais um entre milhões de estudantes de física, mais um entre milhões de professores, e que ainda não fez nada de realmente significante, nada que possa ser escrito pra ser lembrado pelas próximas gerações. Resumindo, naquilo que eu faço e escolhi, eu não sou NINGUÉM. Apenas pelo fato dos atletas terem destaque naquilo que eles fazem, o fato de serem os melhores naquilo que fazem...isso já os torna muito mais inteligentes do que eu.


Acho completamente errônea a visão de que inteligência e sucesso escolar estão tão ligados entre si. Sou mais adepto da teoria das múltiplas inteligências, desenvolvida por Gardner, e que preza pelas várias áreas do conhecimento. Segundo esta teoria, a inteligência pode ser dividida em: lingüística, musical, lógico matemática, espacial, cinética, interpessoal e intrapessoal. É fácil perceber que ninguém pode ser inteligente por completo, e sim ter afinidade com alguma ou algumas dessas inteligências. E ser inteligente é fundamentalmente diferente de ser gênio. Eu sempre gostei muito de ler, estou tomando gosto pela escrita, justamente por causa do blog, mas jamais chegarei ao nível de um grande escritor. Por conseqüência, apenas pelos exemplos que citei acima, por mais que eu treinasse, eu jamais seria um atleta. Eu posso ter uma boa capacidade atlética, consigo me virar razoavelmente bem em algumas modalidades esportivas, o que me leva a crer que tenho uma boa “inteligência cinética”, mas pra ser atleta, tem que ser gênio. Além de Inteligência cinética, um atleta tem uma inteligência espacial fantástica. Uma capacidade diferenciada de analisar posição, distancia e tempo, e aliar isso a inteligência cinética para com o domínio do próprio corpo, resolver algum problema.

A mim, resta apenas sentar e assistir, e com certeza aplaudir muito o trabalho desses verdadeiros gênios da cinética, “Eistens” da bola ou seja como forem chamados, os grandes ATLETAS.

Pra quem quiser curtir algumas imagens de alguns atletas que admiro, é só vir aqui. Fiz uma seleção e criei um álbum no orkut.

Muito obrigado e beijos pra todos ;*

5 comentários:

  1. “Quem sou eu naquilo que eu faço?”
    concertezaa muita gente deveria tá se perguntando isso, e não falando sobre o que os outros são e como são! adoreii o texto *-*

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  2. Muito interessante essa teoria das multiplas inteligencias, sempre pensei parecido com isso, não sabia que existia embasamento cientifico.
    Parabéns pelo texto Gabi! muito bom! tbm sou apaixonado por esportes!

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  3. discordo dessa ideia q precisa ser um genio de berço pra ser esportista

    prefiro acreditar q, com treino, tudo se alcança

    e lembro d michael jordan, q nunk ligou pra "inteligencia" q tinha, q era o primeiro a entrar em quadra e o ultimo a sair

    no mais, texto foda, gabi =**

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  4. Muito obrigado, mas enfim , é só a minha opinião. Muito obrigado também por discordar, isso faz parte do processo e é muito importante. Mas pense bem, se eu treinasse tanto quanto jordan, ou treinasse o dobro dele, eu conseguiria ser tão bom quanto ele?

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  5. Não que não tenha como se tornar atleta sem ter nascido super dotado, mas pra ser gênio, tem que ter algo a mais

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